O bloqueio iniciado por indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó na rodovia MS-156, que conecta Dourados a Itaporã, completa três dias nesta quarta-feira (27).
Desde a manhã de segunda-feira (25), a via permanece totalmente interditada, sem qualquer liberação, em protesto contra a crise de abastecimento de água que atinge a Reserva Indígena de Dourados há anos.
Agora pouco tropas de choque foram deslocadas para Dourados com o objetivo de cumprir um mandado judicial e desobstruir a rodovia. A presença policial marca uma nova etapa no impasse, já que os manifestantes mantiveram o bloqueio apesar de possíveis negociações.
Motivações
Os manifestantes, liderados pelo capitão Ramão Fernandes, exigem soluções definitivas para a escassez hídrica, como a perfuração de poços artesianos e o envio diário de água, até que os poços estejam prontos. Fernandes criticou medidas paliativas, como o envio de caminhões-pipa, que ele descreveu como insuficientes e temporárias.
“Queremos um compromisso formalizado, com contrato assinado, garantindo a perfuração dos poços. Não vamos aceitar promessas vazias novamente”, afirmou o líder indígena.
Diferentemente de protestos anteriores, quando a rodovia era liberada em intervalos, desta vez o bloqueio foi total e contínuo, impossibilitando o trânsito.
Fernandes ressaltou que a decisão de manter a via fechada por tempo indeterminado reflete o estado crítico enfrentado pelas comunidades, que sofrem há mais de cinco anos com a falta de água potável.
“A situação é insustentável. Não temos água para nossas famílias, e até os animais estão morrendo de sede. Este protesto é nossa última alternativa para sermos ouvidos pelas autoridades”, desabafou Fernandes