A alta do óleo de soja (8,38%), do tomate (8,15%) e das carnes (7,54%) impactaram o resultado do IPCA-15 em novembro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país — registrou uma alta de 0,62% nos preços em novembro, informou nesta terça-feira (26) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta da inflação foi puxada sobretudo pelo grupo de Alimentação e bebidas, que avançou 1,34% no mês e teve um impacto de 0,29 ponto percentual (p.p.) sobre o índice.
Neste ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,35% e, nos últimos 12 meses, a variação foi de 4,77%, acima dos 4,47% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2023, a taxa havia sido de 0,33%.
O acumulado em 12 meses também permanece acima da meta de inflação do Banco Central (BC) para este ano. A meta é de 3,0%, mas será considerada formalmente cumprida se fechar o ano entre o intervalo de 1,50% e 4,50%.
Com exceção de Educação, onde preços recuaram 0,01%, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês de novembro. O destaque foi Alimentação e bebidas, responsável pela maior variação e o maior impacto no índice.
Houve uma aceleração no resultado desse grupo em relação a outubro, quando teve variação de 0,87%. Os grupos Despesas Pessoais (0,83% e 0,08 p.p.) e Transportes (0,82% e 0,17 p.p.) completam o ranking das três maiores variações neste mês.
Veja abaixo a variação dos grupos em outubro
Em novembro, oito dos nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram alta:
Alimentação e bebidas: 1,34%;
Habitação: 0,22%;
Artigos de residência: 0,11%;
Vestuário: 0,36%;
Transportes: 0,82%;
Saúde e cuidados pessoais: 0,18%;
Despesas pessoais: 0,83%;
Educação: -0,01%;
Comunicação: 0,11%.
Alimentação tem forte alta
O grupo de Alimentação e bebidas teve o maior impacto sobre a inflação do mês, puxado principalmente pela alimentação no domicílio, que avançou de 0,95% em outubro para 1,65% em novembro.
As maiores altas vieram do óleo de soja, com variação de 8,38% no mês, e do tomate, que teve um avanço de 8,15%.
O preço das carnes, que já impactaram a inflação dos últimos dois meses, também registraram uma alta expressiva, de 7,54%.
Por outro lado, a cebola (-11,86%), o ovo de galinha (-1,64%) e as frutas (-0,46%) tiveram as maiores quedas.
Já a alimentação fora do domicílio, apesar de alta no mês, apontou uma desaceleração, passando de 0,66% em outubro para 0,57% em novembro.
Despesas pessoais e transportes também contribuem para maior inflação
Depois de alimentação, o grupo com maior alta no IPCA-15 de novembro foi o de Despesas Pessoais, que subiu 0,83% e teve um impacto de 0,08 p.p. no índice.
O item que mais contribuiu para essa alta foi o cigarro, com aumento de 4,97% nos preços , por conta da elevação da alíquota específica do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre cigarros, a partir de 1º de novembro.
Na sequência, o grupo de Transportes avançou 0,82% e teve o segundo maior impacto do mês sobre o índice, de 0,17 p.p., atrás apenas de Alimentação.
O desempenho do grupo no mês foi puxado pela alta de 22,56% nos preços das passagens aéreas, enquanto o ônibus urbano subiu 1,34%.
Entre os combustíveis, gás veicular (1,06%) e gasolina (0,07%) tiveram altas, enquanto etanol (-0,33%) e diesel (-0,17%) tiveram baixas.