O estudo elaborado já está disponível na página da Planurb, onde é divulgado o calendário de audiências
Um capítulo importante na história da Avenida Mato Grosso está prestes a ser escrito. O terreno que por anos foi palco de uma disputa judicial entre uma empresa de telefonia, finalmente ganhará vida com um ambicioso projeto de um condomínio de alto padrão. A iniciativa, que promete transformar a região, gerando empregos e impulsionando o desenvolvimento local, também levanta debates sobre os impactos sociais e ambientais da obra.
Após anos de embates legais, o terreno de 7.500m² localizado na movimentada Avenida Mato Grosso, em Campo Grande, será destinado à construção de um moderno condomínio multifuncional.
A previsão é que as obras se iniciem no segundo semestre de 2025, com término previsto para junho de 2029. O projeto, que já passou por diversas etapas de análise e aprovação, será apresentado à comunidade em uma audiência pública no dia 20 de dezembro, na sede da Planurb.
A construção, caso não tenha qualquer impedimento legal, está estimada para começar no segundo semestre de 2025 com término para até junho de 2029.
Antes, precisa passar pelo caminho burocrático para a construção. No dia 20 de dezembro, será o tema de audiência pública na sede da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano), onde será apresentado o EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança) sobre o empreendimento. O edital de convocação foi publicado no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) no último dia 12.
O estudo elaborado já está disponível na página da Planurb, onde é divulgado o calendário de audiências.
A clínica pertence a empresa aberta em julho deste ano que tem como atividade principal aluguel de imóveis próprios. Entre os sócios, empresa que oferece serviços de diagnósticos por imagem, em atividade em Campo Grande desde 2014.
Pelo projeto, o prédio terá uma torre e irá agregar serviços de saúde com área residencial, contendo centro médico com uma rooftop, além de área residencial com lazer. A proposta, conforme estudo anexado este mês, se assemelha a outros já existentes no País.
A torre terá dois subsolos, térreo com farmácia, dois centros de diagnóstico, laboratório e restaurante e 10 pavimentes com 23 consultórios por andar, rooftop médico e mais 9 pavimentos com 8 apartamentos residenciais por andar.
Os apartamentos terão direito à vaga de garagem, assim como as salas voltadas para os profissionais de saúde e demais serviços oferecidos no local, além das vagas para os visitantes e clientes. Serão 650 para carros, 39 pra motos e bicicletas e 2 para veículos pesados.
Conforme o estudo, os valores de venda das unidades serão parecidos aos já praticados no mercado imobiliário de Campo Grande, com preço estimado para os apartamentos de R$ 600 mil a R$ 1,2 milhão e, para as salas comerciais, na faixa de R$ 900 mil.
No Estudo de Impacto de Vizinhança, a empresa contratada apresentou relatório que mostra as alterações no entorno e quais as consequências reversíveis ou irreversíveis para a região.
Na justificativa, consta que o condomínio multirresidencial poderá atrair novos moradores para o Bairro Carandá Bosque, que estaria perdendo residentes nos últimos anos, além de oferecer atendimento de saúde à população local. O projeto não afetaria a atual característica da região, que oferecer imóveis residenciais e de serviço.
O estudo alega que haverá geração de empregos durante a obra e, posteriormente, com os que irão trabalhar nas clínicas e nos serviços na manutenção do prédio.
O relatório lista outras situações de interferência, como na iluminação no entorno, que não irá afetar a luz solar direta, mas informa que será inevitável um aumento na temperatura atmosférica, já que haverá supressão de parcela de solo vegetado, substituído por piso e concreto.
Segundo o EIV, haverá aumento do tráfego, mas que pode ser absorvido pelos vários pontos de saída/entrada no entorno. Também avalia que haverá aumento na demanda de transporte coletivo, de risco de acidentes e de atropelamentos de animais, mas que as melhorias na sinalização e semaforização podem auxiliar nos dois últimos tópicos.
Briga
O terreno de 7,5 mil m², avaliado em R$ 13,5 milhões, foi o motivo da disputa judicial entre a Igreja Comunidade Cristã Aliançados e a empresa de telefonia TIM S.A.
A TIM era proprietária do imóvel que estava sendo vendido para a Igreja Aliançados, vizinha do local.