Operação Codícia, Delegados e escrivães são condenados por transformar delegacia em “balcão de negócios”
A Justiça de Mato Grosso do Sul deu um duro golpe em um esquema de corrupção que envolvia policiais civis de Ponta Porã. A 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça aumentou as penas e cassou os cargos de diversos agentes envolvidos na Operação Codícia, deflagrada em abril de 2022.
O esquema, que transformou delegacias de polícia em “balcões de negócios”, consistia na cobrança de propina para a liberação de veículos apreendidos na fronteira com o Paraguai. Entre os condenados estão delegados e escrivães, que agora terão que cumprir penas de até 11 anos de reclusão.
Valdenei Peromale, policial aposentado, foi apontado como peça-chave por utilizar as delegacias para obter vantagens patrimoniais indevidas, pagas por empresas de seguro e locadoras, para acelerar a liberação de veículos apreendidos na linha internacional.
Com a quebra de sigilo autorizado pela Justiça, o Gaeco descobriu que Peromalle recebeu 237 transações bancárias sem identificação, totalizando R$ 184,7 mil. Espécie de chefe do pátio da delegacia, era ele que controlava a entrega dos carros apreendidos e distribuía a propina aos outros policiais.
Patrick Linares da Costa foi acusado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) de receber vantagem em dinheiro para permitir o esquema no período em que comandou a 2ª DP.
No dia 27 de abril do ano passado, dois dias após a operação, Patrick seria empossado como juiz-substituto após passar no concurso público em 2021. Entretanto, o nome dele foi excluído da lista de empossados. A defesa dos réus ainda não se manifestou sobre a recente decisão do TJMS.
A Operação Codícia causou grande repercussão na sociedade e na Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. A condenação dos policiais envolvidos demonstra a importância da luta contra a corrupção e reforça a necessidade de uma polícia transparente e eficiente.