Pedreiro, de 69 anos, foi condenado por diversos crimes de violência doméstica e faleceu de infarto
Ângelo da Guarda Borges, de 69 anos, conhecido nacionalmente por manter a esposa em cárcere privado por 22 anos, morreu na última quarta-feira (30), em Campo Grande, vítima de um infarto. O caso, que chocou o país em 2013, marcou a vida de sua família e reabriu o debate sobre a violência doméstica no Brasil.
O pedreiro Ângelo Borges, cujo nome se tornou sinônimo de crueldade e violência doméstica, faleceu nesta semana. Sua morte reavivou as lembranças de um dos casos mais chocantes de violência doméstica do país. Por mais de duas décadas, Borges submeteu sua esposa, Cira Igino da Silva, a um verdadeiro inferno, mantendo-a em cárcere privado e infligindo diversas agressões físicas e psicológicas.
A denúncia do caso em 2013 chocou o país e levou à prisão de Borges. Ele foi condenado por diversos crimes, incluindo lesão corporal, constrangimento ilegal e ameaça. Após cumprir parte da pena, foi libertado e, em 2017, foi condenado a pagar uma indenização de R$ 100 mil à família da vítima.
O filho do casal, Zaqueu Borges, confirmou a morte do pai e relatou que a relação entre eles era distante. “Ele lá, eu cá”, resumiu o jovem. Zaqueu e seus irmãos herdaram a casa onde ocorreram os crimes, mas ainda não receberam a indenização determinada pela Justiça.
A história de Cira e Ângelo se tornou um símbolo da luta contra a violência doméstica. A mulher viveu anos de terror, isolada do mundo e submetida a condições subumanas. Após ser resgatada, Cira ganhou visibilidade nacional, participando de programas de televisão e contando sua história. Infelizmente, ela faleceu em 2015, vítima de um câncer.
O caso de Ângelo Borges e Cira Igino da Silva gerou grande repercussão e contribuiu para a conscientização sobre a violência doméstica. A história do casal serviu como alerta para a sociedade e impulsionou a criação de políticas públicas para combater esse tipo de crime.
A morte de Ângelo Borges pode reabrir o debate sobre a violência doméstica no Brasil e a necessidade de políticas públicas mais eficazes para combater esse problema.