O mutirão representa um importante passo para a humanização da pena e a garantia dos direitos dos presos
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) dará início nesta sexta-feira (1º) a um mutirão com o objetivo de revisar condenações e “limpar” o Sistema Eletrônico de Execução Unificado. A iniciativa visa avaliar a possibilidade de benefícios para condenados, como a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares e a revisão de penas de multa.
A medida, baseada em entendimentos do Supremo Tribunal Federal (STF), como a descriminalização do porte de pequenas quantidades de maconha para uso pessoal, busca garantir a aplicação justa da lei e reduzir a superlotação do sistema prisional do estado.
O mutirão abrangerá uma série de situações, como a permanência de presos em regime provisório por tempo superior a um ano, a revisão de penas de multa de baixo valor e a análise de casos em que o condenado não possui condições de pagar o valor devido.
No entanto, a portaria publicada pelo TJMS estabelece restrições para crimes como hediondos, tráfico de drogas, tortura, organização criminosa e condutas com violência, que não terão direito aos benefícios.
O marco temporal para a análise será 23 de dezembro de 2023, data da divulgação das regras do indulto de Natal. As condições estabelecidas no decreto federal, como a impossibilidade de benefícios para condenados por crimes hediondos, também serão aplicadas no mutirão.
Segundo dados do início do mês, o sistema penitenciário de Mato Grosso do Sul abriga mais de 21 mil presos, evidenciando a necessidade de ações para desafogar o sistema e garantir a ressocialização dos detentos.
O mutirão representa um importante passo para a humanização da pena e a garantia dos direitos dos presos. Ao revisar as condenações e conceder benefícios quando cabíveis, o TJMS contribui para a desjudicialização e para a redução da população carcerária.