1ª edição trouxe à cidade uma rica diversidade de atividades artísticas, incluindo música, dança e exposições, promovendo a integração entre os países da América do Sul
A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul anunciou que a cidade de Corumbá, a 413 km de Corumbá, ficará sem o tradicional Festival América do Sul em 2024.
A decisão pegou a todos de surpresa, especialmente os que aguardavam ansiosamente pelo evento que movimenta a cidade e atrai públicos de diversas partes do Brasil e até mesmo do exterior.
Para a autônoma Mari Carvalho, a falta do festival representa uma grande perda. “Eu acho que vai ser muito ruim, né? Porque o pessoal gosta, gosta de festa, gosta de movimento. Isso já não tem nada em Corumbá, e com a ausência do América do Sul, fica ainda pior”, afirma.
A expectativa pela movimentação é clara, já que o festival oferece atrações regionais e nacionais. A ausência do evento impacta a diversão e também a economia local.
José Carlos, proprietário de um restaurante, destaca que o movimento dobra durante o festival e que ele chegava a contratar seis garçons a mais para atender a demanda. “Acho ruim, é uma perda de um evento importante para o município, que já faz parte do nosso calendário”, comenta.
No último Festival América do Sul em 2023, foram investidos 5,5 milhões de reais, com mais de 100 atrações em várias partes da cidade e um público de 140 mil pessoas nos quatro dias de festa.
O festival, realizado no início de novembro, teve grande importância para a cidade, reunindo pessoas de Corumbá, de outros estados e até de países vizinhos.
Locais como o Jardim da Independência e o Porto Geral se tornam palcos vibrantes de apresentações de teatro, dança, música e várias outras manifestações culturais.
Pablo Pancho Becker, conhecido como Gaúcho e proprietário de uma barraca de espetinho, revela que em dias de festival chega a vender entre 600 a 800 espetinhos por noite. “É péssimo porque a gente depende disso. O evento movimenta a cidade, e todo mundo ganha”.
O setor hoteleiro também sente os efeitos da ausência do festival. Carla Martins, gerente de um hotel, afirma que a ocupação chegava a 100% na época do evento. Com a falta de turistas que vinham para curtir a festa, o setor enfrenta um cenário de incerteza. “Em novembro, que normalmente temos um boom, agora estamos bem mais parados”, explica.
Luceni Oliveira, contramestre fluvial, também menciona o impacto econômico da falta do festival, pois a cidade se torna um ponto de encontro para artistas e visitantes de outras regiões. “Quando a cidade tem evento, temos movimento. O festival traz a música, cultura e história que movimentam a economia local”, finaliza.