Engenharia política e eleitoral desmontou esquema montado pelo prefeito que tentava a reeleição
Uma estratégia inteligente, concebida pelo ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o governador Eduardo Riedel, o vice-governador José Carlos Barbosinha (PSD) e o coordenador político tucano Sérgio de Paula, é considerado um dos fatores determinantes para o triunfo da candidatura de Marçal Filho em Dourados. Com 50,04%dos votos, Marçal venceu a disputa contra o prefeito Alan Guedes (PP), que teve 28,20%.
Para consolidar sua candidatura e conquistar o apoio majoritário do eleitorado, o candidato do PSDB teve o reforço decisivo do PL, que num trabalho bem articulado pelas lideranças tucanas, aceitou retirar de cena a candidatura de Gianni Nogueira, indicando-a para vice de Marçal. Gianni é esposa do deputado federal bolsonarista Rodolfo Nogueira. A solução foi complementada por outra renúncia, a de Barbosinha, que optou em trocar sua candidatura para fortalecer o palanque de Marçal.
Os demais candidatos não ameaçaram. Tiago Botelho (PT) foi o terceiro, com 17.818 votos, seguido por Bela Barros (PDT), com 5.464 mil. Racib Harb (Novo), com 2.449 mil; Beto Teles (Rede), com 377; e Valderi Garcia (PCO), com 117 votos. Além da alta popularidade, mantida ao longo dos anos, Marçal Filho teve apoiadores poderosos, como o deputado estadual Zé Teixeira PSDB), o padrinho de sua candidatura e a primeira liderança a enxergar que somente o radialista venceria o atual prefeito.
Com o resultado, o PSDB consolidou sua hegemonia em quatro dos cinco maiores municípios de Mato Grosso do Sul. Além de Marçal Filho em Dourados, o partido fez os prefeitos de Ponta Porã (Eduardo Campos) e de Três Lagoas (Cassiano Maia), além da vice-prefeita Bia Cavassa (Corumbá). Nesta conta hegemônica o partido também conquistou ou manteve cidades importantes, entre as quais Aquidauana e Jardim.