Ex-governador foi convidado por Jair Bolsonaro e afirma que o Estado precisa de novas lideranças
Antes de afirmar que Mato Grosso do Sul precisa renovar seu quadro de lideranças, o ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente do Diretório Regional do PSDB, confirmou ter nas mãos a possibilidade de segurar as rédeas do PL no Estado. Em entrevista à Rádio Difusora Pantanal FM na terça-feira passada, ele disse que está analisando o convite que lhe foi feito por Jair Bolsonaro para comandar a agremiação.
No encontro com o ex-presidente para tratar da reforma partidária, Azambuja vislumbrou um novo cenário no País com o enxugamento do número de partidos políticos, provavelmente de 32 para 10. “É bom para a democracia, o País não tem 32 ideologias”, observou. Ele projetou 2026 um cenário político mais definido, com os partidos formando federações alinhados à esquerda, ao centro e à direita.
Azambuja reconheceu ser exaustivo seu papel, mas garante que é total a disposição de ajudar os correligionários e aliados. Ele é o líder da grande mobilização dos candidatos do PSDB e agremiações coligadas. E contou que nos últimos cinco dias antes de domingo, dia da votação, deverá percorrer 16 cidades. Ao todo, o PSDB e seus aliados têm 69 candidatos disputando prefeituras.
Entretanto, o dirigente tucano faz ressalvas sobre a campanha na Capital, que transcorreu sem um bom debate como no interior. “Ninguém acredita em promessa de terreno na lua. Campo Grande busca uma pessoa que resolva os problemas, que tenha experiência e coragem para enfrentar os desafios”, opinou. Recordou que a cidade mantém vários problemas que já existiam em 2012, quando foi candidato, citando serviços caóticos em áreas como a saúde, transporte, pavimentação e falta de investimentos.
SOLUÇÕES
Questionado sobre as demandas locais, Azambuja deu um exemplo sobre como atende-las: “Basta gestão, vontade política, competência”. E mencionou uma proposta de Beto Pereira, o candidato do PSDB a prefeito, que é contratar plantões médicos para não deixar vácuos de atendimento 24 horas nos postos de saúde. Criticou ainda intervenções equivocadas na mobilidade urbana, como as estações de ônibus no meio das vias, uma medida que estrangula o comércio e atrapalha a mobilidade.
A seu ver, não há justificativa para a estagnação de Campo Grande, que não acompanhou um Estado que cresceu 30% nos últimos nove anos e meio, enquanto a Capital registrou uma taxa de apenas 1,4%. “É reflexo de má gestão. É preciso dar estímulos ao desenvolvimento, dialogar com o empresariado, buscar investimento. A Capital precisa de alguém que tenha capacidade, experiência, vontade e coragem. O Beto Pereira reúne todas essas qualidades”.
RENOVAÇÃO
Depois de condenar o baixo nível de adversários que realizam uma campanha de difamações e mentiras, prática que precisa ser coibida pela Justiça Eleitoral, o ex-governador abordou a necessidade de renovação no quadro de lideranças, um processo que já começou, segundo anotou, com a eleição do governador Eduardo Riedel e do deputado federal Beto Pereira, ambos do PSDB.
“Nosso partido tem força nas eleições porque reflete nove anos e 10 meses de governo, superando dificuldades até com pautas impopulares, mas retomando o desenvolvimento, aprimorando as políticas públicas e avançando na infraestrutura e na inclusão social”, disse. E ao concluir, frisou categoricamente que o grande desafio dos governos e da sociedade é, hoje, a emergência climática.