Animal foi equipado com um colar de rastreamento especial, o que permitirá monitorar sua adaptação ao novo ambiente e garantir sua segurança; Miranda está livre em uma área de refúgio ecológico
A onça pintada Miranda, resgatada durante os incêndios no Pantanal, em agosto deste ano, foi solta em uma área de refúgio ecológico no município que leva o mesmo nome do animal, a 236 km de Campo Grande (MS). A felina passou 43 dias de tratamento após ser resgatada com as patas queimadas.
Miranda foi nomeada em homenagem ao município onde foi encontrada, na região do Passo do Lontra, às margens do rio Miranda. Antes de sua libertação, a onça pintada foi equipada com um colar de rastreamento especial, o que permitirá monitorar sua adaptação ao novo ambiente e garantir sua segurança.
A veterinária Aline Duarte, gestora do hospital e coordenadora do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), explica que Miranda tornou-se um símbolo de resiliência e esperança não apenas pela sua recuperação física, mas pela trajetória que representa a luta pela preservação da fauna brasileira.
“Miranda é uma jovem onça-pintada, com grande potencial reprodutivo, o que nos traz esperanças de que ela possa, no futuro, contribuir para a continuidade da espécie no Pantanal. Ver Miranda de volta ao Pantanal é uma vitória para todos nós que nos dedicamos à preservação da natureza”, disse.
A veterinária reitera que as onças são mães dedicadas, e Miranda pode gerar aproximadamente dez filhotes ao longo de sua vida, o que contribui para a preservação da biodiversidade local.
Operação de resgate
Pelo menos um dias antes de ser resgatada na região de Miranda (MS), a onça pintada – de aproximadamente dois anos – tinha sido avistada com dificuldades para andar. A operação de resgate ocorreu de forma rápida, somando praticamente 26 horas de trabalho.
Miranda foi encontrada em uma manilha, onde foi sedada pela equipe de resgate para receber os primeiros cuidados. No Hospital Ayty, a onça pintada foi submetida a curativos diários, com uso de pomadas cicatrizantes e tratamentos de ozonioterapia para acelerar a cicatrização de suas patas.
Além dos tratamentos médicos, a alimentação foi uma parte fundamental de sua recuperação. Com uma dieta de 3 a 5 kg de carne por dia, Miranda ganhou peso e voltou a exibir sinais de vigor, tornando-se apta a retornar à natureza.
O retorno de Miranda ao habitat natural ocorreu em uma operação complexa, que envolveu veterinários e biólogos do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) e do CRAS, além da equipe do Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Polícia Militar Ambiental (PMA) e outros profissionais.