Pode ser muito difícil acreditar no que foi noticiado por um site de notícias de Campo Grande no domingo, 15. Segundo a notícia, um assessor da prefeita Adriane Lopes (PP) teria agredido uma mulher, aparentemente porque ela estava filmando com o celular os dois agentes públicos em um evento na Feira do Bosque do Carandá.
Em princípio, impõe-se a necessidade de aplicar o adjetivo sensato e responsável, para que não se forme juízo de valor sobre o ocorrido. Assim, a notícia dá conta de uma suposta agressão. É fundamental que este fato seja esclarecido, que as autoridades cumpram todos os procedimentos, para que se faça a afirmação sem ter dúvida e sem lançar inverdades.
O primeiro fato nesta história, concreto e oficializado, é a lavratura de um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia. Significa, assim, que está assentada a gravidade da denúncia que foi formalizada. Se verdadeira ou não, a Polícia vai esclarecer. Contudo, várias pessoas que estavam no local testemunharam – e isto pode fazer um contraponto definitivo aos eventuais desmentidos da gestora e de seu ajudante de ordens.
A bem da verdade, enquanto não se tem a manifestação legal e conclusiva das autoridades que apuram o caso, agressão por agressão já está em vigor existe uma outra modalidade na Capital. A população sente-se agredida pelas bofetadas que recebe da má gestão abandona bairros e pacientes do SUS à própria sorte. Ou das bordoadas aplicadas pela farra de super salários, da folha secreta e do caos no transporte coletivo.
É possível compreender o acúmulo de emoções e nervosismo quando alguém se vê diante de realidades incômodas quando se olha no espelho da verdade. Mas não se justifica a agressão contra uma cidade maltratada pela inépcia e pela insensibilidade administrativa, social e política. Agressão que tem como executores os dois principais entes públicos do município, o Executivo e o Legislativo.
As eleições impõem aos candidatos e candidatas que façam a disputa dentro das regras democráticas e de respeito às diferenças. Enfim, que cada postulante se apresente à sociedade como é, o que sabe e o que tem, sem nada esconder, sobretudo quanto as suas responsabilidades, obrigações, desempenhos (vitoriosos ou não) e demais experiências.
Se Campo Grande vai bem, obrigado, se a população está contente e se as críticas são meras intrigas da oposição, a prefeita e seu assessor não têm motivos para agredir quem quer que seja. Ou têm?