Cidade sofre com a pior seca da história, com impactos na navegação, saúde da população e no meio ambiente
Corumbá, cidade localizada no coração do Pantanal, enfrenta uma das maiores crises hídricas de sua história. O Rio Paraguai, principal veia d’água da região, atingiu nesta quarta-feira (04) o nível mais baixo já registrado, com 21 pontos negativos, superando os índices de anos anteriores.
A marca histórica, registrada pelo Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, coloca em evidência a gravidade da situação. O rio está 2,23 metros abaixo do nível de referência, comprometendo a navegabilidade e impactando diversos setores da economia local.
A seca severa, além de afetar a navegação, tem consequências diretas na vida da população. A cidade, que já sofre com as queimadas que devastam o Pantanal, agora lida com a baixa umidade do ar e a intensa fumaça, que prejudicam a saúde dos moradores, especialmente aqueles com problemas respiratórios.
Daianny Maria, moradora de Corumbá, relata que nunca viu a cidade tão castigada: “Eu nasci aqui né? sempre achei comum o calor, mas ultimamente está infernal, muito quente, fumaça, fuligem. Nunca tinha visto Corumbá passando por algo assim”, afirma.
A falta d’água também impacta o abastecimento da cidade, exigindo medidas emergenciais como a instalação de bombas flutuantes para garantir o fornecimento. Além disso, a redução do fluxo de água no rio compromete a qualidade ambiental e aumenta o risco de mortandade de peixes.
A seca histórica no Pantanal coloca em risco um dos maiores biomas do planeta. A redução do nível do rio Paraguai e as queimadas intensificam a degradação ambiental, afetando a fauna e a flora da região.
Diante da gravidade da situação, autoridades e pesquisadores buscam soluções para minimizar os impactos da seca. Entre as medidas estão a intensificação do monitoramento dos recursos hídricos, a adoção de políticas de uso sustentável da água e o combate às queimadas.