Antônio Joaquim Mota foi preso em fevereiro deste ano enquanto dirigia um carro de luxo, em Ponta Porã (MS). O suspeito é um dos chefes do ‘Clã Mota’, grupo responsável por abastecer o PCC com drogas
Cerca de seis meses após ser preso em Ponta Porã (MS), Antônio Joaquim Mota, de 64 anos, foi solto após decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). À época, “Tonho” – como é conhecido – foi preso em fevereiro deste ano por tráfico internacional de drogas, posse e tráfico ilegal de arma de fogo e organização criminosa.
A decisão de soltura foi concedida pelo ministro do STJ Reynaldo Soares da Fonseca no dia 15 deste mês. A Folha de Campo Grande teve acesso ao alvará de soltura nesta quarta-feira (28). A defesa de Tonho pediu no STJ um habeas corpus, mas o pedido foi rejeitado.
Entretanto, no mesmo despacho, o ministro determinou a soltura dele a partir do princípio do contraditório, oferecendo o relaxamento da prisão preventiva do suspeito de tráfico internacional de drogas. No alvará de soltura, Fonseca afirma que a defesa de Tonho não foi intimada para apresentar contrarrazões no processo do Ministério Público Federal (MPF) que deu origem ao pedido de prisão do suspeito.
“Ademais, a Corte Regional não declinou qualquer motivação no sentido da urgência ou do perigo da ineficácia da medida, que pudessem justificar a supressão das contrarrazões defensivas. Nesse contexto, ‘fixada a premissa da imprescindibilidade da efetiva apresentação de contrarrazões pela defesa para o julgamento de recurso em sentido estrito, nos termos da jurisprudência desta Corte, é forçoso concluir que a resposta pela defesa não constitui mera formalidade, mas deve de fato oportunizar a manifestação a respeito de toda a matéria a ser decidida'”, detalha o ministro.
Fontes ligadas à operação de prisão e investigação apontam que Tonho é um dos principais elos de uma organização criminosa responsável por controlar o tráfico internacional de drogas entre Brasil e Paraguai. A apuração do MPF também indica a ligação do narcotraficante com o Primeiro Comando da Capital (PCC), como sendo chefe do grupo responsável por abastecer a facção com drogas.
Tonho é pai de Antônio Joaquim Mota, o “Dom”. O filho do suspeito fugiu de helicóptero um dia antes de a Polícia Federal deflagrar operação que pretendia prendê-lo, em 30 de julho do ano passado.
O megatraficante Antônio Joaquim Mota foi preso enquanto dirigia um carro de luxo avaliado em quase R$ 1 milhão.
Tonho, como é conhecido entre os criminosos, foi preso por tráfico internacional de drogas, posse e tráfico ilegal de armas de fogo e organização criminosa. No mesmo dia, o suspeito foi transferido de Ponta Porã para Campo Grande de helicóptero.
O suspeito dirigia uma BMW X6 quando foi preso na cidade que fica na linha de fronteira entre o Brasil e Paraguai. O carro é avaliado em mais de R$ 700 mil.
“Tonho”, que foi preso, é pai de Antônio Joaquim Mota, o “Dom” ou “Motinha”. Pai e filho possuem o mesmo nome. O filho do suspeito fugiu de helicóptero um dia antes de a Polícia Federal deflagrar operação que pretendia prendê-lo, em 30 de julho do ano passado.
Motinha segue foragido por tráfico internacional de drogas. Segundo as investigações, a família Mota permeia as estruturas do crime organizado na fronteira e é uma das responsáveis por distribuir drogas produzidas no Paraguai a outros países.
O “Clã Mota” é composto pelo pai Antônio Joaquim da Mota, o Tonho, e o filho Dom, além da irmã Cecyzinha Mota, e a mãe Cecy Mota, investigadas por lavagem de dinheiro. A família tem relações próximas com outros líderes do narcotráfico. A família atua no crime desde 1970.
A organização criminosa da família Mota, segundo informações obtidas pelo g1, se especializou no tráfico de cocaína.
Para a polícia, o “Clã Mota” constituiu organização criminosa que movimentou toneladas de cocaína do Paraguai para portos brasileiros, através das rotas do tráfico de Mato Grosso do Sul e depois para a Europa.
Dom, filho de Tonho, está na lista da difusão vermelha da Interpol, organização internacional que facilita a cooperação policial mundial e o controle do crime.