Em um dos veículos, a equipe encontrou compartimentos fechados com esparadrapos e que abriam durante o deslocamento
Uma auditoria do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus) revelou graves irregularidades no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Campo Grande, levando o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) a abrir um inquérito para apurar o caso e cobrar soluções.
O relatório da auditoria, realizado em 2022 e 2023, apontou diversas falhas no serviço, como ambulâncias com problemas mecânicos graves, falta de manutenção e tempo de resposta elevado. Entre os problemas encontrados, estão veículos com compartimentos abertos durante o deslocamento, entrada de fumaça do escapamento, falta de setas e buzinas, óleo vencido e ar-condicionado quebrado. Em um dos veículos, a equipe encontrou compartimentos fechados com esparadrapos e que abriam durante o deslocamento.
Uma das situações mais graves é o caso de uma ambulância que ficou quase um ano aguardando reparos. A auditoria também constatou que o contrato de manutenção não previa prazos específicos para a realização dos consertos.
A redução do número de ambulâncias em funcionamento também foi apontada como um dos problemas que contribui para o aumento do tempo de resposta do Samu. De acordo com o relatório, o tempo médio de resposta aumentou de 23 minutos e 15 segundos para 29 minutos e 05 segundos.
Diante das irregularidades encontradas, a promotora Daniella Costa da Silva, da 32ª Promotoria de Justiça de Saúde Pública, instaurou um inquérito para investigar o caso e cobrar providências da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e SES (Secretaria Estadual de Saúde). O Samu tem custeio tripartite: União, Estado e Município.
A Sesau informou que já tomou conhecimento do inquérito e que está adotando medidas para solucionar os problemas apontados pela auditoria. A secretaria ressaltou a aquisição de novas ambulâncias e a contratação de uma empresa para realizar a manutenção da frota.
“Em suma, o Samu Regional de Campo Grande possui, atualmente, limitações importantes para o atendimento dos usuários, principalmente no que se refere à redução no quantitativo de unidades móveis disponíveis e a necessidade de manutenções corretivas das unidades móveis em atividade”.