Pesquisador atribui crescimento da produção aos benefícios do uso da integração lavoura-pecuária
Mato Grosso do Sul está mostrando ao país como é possível aumentar a produção de carne bovina sem necessariamente aumentar o número de cabeças de gado. Graças à adoção em larga escala da integração lavoura-pecuária (ILP), o estado conseguiu reduzir em 17% seu rebanho nos últimos 22 anos, mas, ao mesmo tempo, elevar a produção de carne em 9%.
Segundo Dirceu Luiz Broch, presidente da MS Integração e pesquisador, essa mudança radical se deve à intensificação da produção e à otimização dos recursos. “A ILP permite que a terra trabalhe mais, produzindo tanto grãos quanto carne. Além disso, a rotação de culturas e o uso de pastagens melhoradas aumentam a fertilidade do solo e a qualidade da forragem, o que resulta em animais mais saudáveis e produtivos”, explica Broch.
A rotação de culturas e o uso de pastagens melhoradas aumentam a fertilidade do solo e a produção de biomassa, o que resulta em mais alimento para o gado e maior produção de carne.
A ILP permite otimizar o uso de insumos, como fertilizantes e defensivos agrícolas, reduzindo os custos de produção.
A alimentação balanceada e a menor taxa de lotação nos pastos resultam em uma carne de melhor qualidade.
A ILP contribui para a conservação do solo, da água e da biodiversidade, além de reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
Apesar dos benefícios, a adoção da ILP ainda enfrenta alguns desafios, como a necessidade de investimentos em tecnologia, a qualificação da mão de obra e o acesso ao crédito. Além disso, a resistência de alguns produtores em adotar novas práticas também é um obstáculo a ser superado.
No entanto, o futuro da ILP em Mato Grosso do Sul é promissor. O estado possui um grande potencial para expandir a área de integração lavoura-pecuária e se consolidar como referência nacional em produção de carne bovina sustentável e eficiente.
A rentabilidade em reais por hectare (R$) do Sistema ILP na Fazenda Cabeceira em 2024 foi de R$ 2.520,00 para a soja, R$ 453,75 para o milho safrinha e R$ 297,00 para a pecuária no verão. “Mesmo com sistema tecnificado, a pecuária teve menor rentabilidade que a soja e o milho, mas foi uma integração que possibilitou a maior rentabilidade das duas culturas, porque aumentou a palhada e fez a melhoria do solo”, garantiu Dirceu Broch.
A integração lavoura-pecuária está transformando a produção de carne bovina em Mato Grosso do Sul. Ao combinar agricultura e pecuária de forma eficiente e sustentável, o estado está demonstrando que é possível produzir mais com menos, gerando mais renda e contribuindo para a preservação do meio ambiente.
* Com informações da Embrapa Agropecuária Oeste.