Torcedores que lotaram as arquibancadas foram o maior incentivo para as brasileiras
No início o clima de tensão era sentido nas arquibancadas, tomadas de brasileiros empurrando as atletas na quadra para cima das angolanas. Com esse clima, a Seleção Brasileira de handebol partiu para cima das angolanas. A seleção brasileira feminina de handebol antecipou uma etapa nos Jogos Olímpicos Paris 2024 e disputou uma verdadeira decisão contra Angola, neste sábado, 3 de agosto, ainda pela fase de grupos.
Em duelo de classificação ou eliminação, melhor para o Brasil de Bruna de Paula, liderança técnica da equipe, por 30 a 19. Classificado como quarto colocado do Grupo B, o Brasil agora aguarda o adversário das quartas de final, o primeiro colocado do Grupo A, que será definido após todas as partidas deste sábado.
A seleção brasileira entrou como favorita, mas enfrentou uma Angola que vinha fazendo grandes jogos em Paris. Assim como o Brasil, Angola derrotou a tradicional Espanha em um de seus primeiros jogos.
Após tomarem o primeiro gol, as brasileiras mostraram que não deixariam o a decisão para o acaso. Com defesa sólida e, mais uma vez destaque para a goleira Gabi Moreschi, transições rápidas quase sempre encerradas com gols das armadoras Samara Vieira e Gabriela Bitolo, o Brasil virou para 2 a 1 e nunca mais perdeu o controle. Tanto que ao final do primeiro tempo já vencia de 14 a 6.
No segundo tempo o treinador Cristiano Rocha rodou a equipe já poupando para as quartas. O Brasil vai enfrentar o primeiro colocado do Grupo A, que tem as potências Noruega, Dinamarca, Suécia e Alemanha.
“Nosso jogo encaixa com o de Angola. Depois da tensão inicial a gente percebeu que seria nosso dia. E quando é nosso dia a gente tem que pedir a bola, inverter com a pivô, fazer o possível para aproveitar. E foi o que eu fiz”, disse Samara, que marcou seis gols em oito arremessos, ficando atrás apenas da Gabi Bitolo, com sete em dez.
“A gente sabe que o próximo jogo vai ser muito complicado, mas vamos nos preparar da melhor forma. Não vamos desistir em nenhum momento. Tenho certeza de quem coisa boa aí”, disse a armadora, que substituiu Giulia Guarieiro, da mesma posição, nos Jogos. Giulia sofreu uma lesão na coxa durante o confronto contra a Hungria pela segunda rodada.
Heptacampeã dos Jogos Pan-americanos, a atual seleção tem uma liderança técnica evidente em quadra, a armadora Bruna de Paula. Bruna conduz a equipe, distribui o jogo, cadencia, acelera e ataca com muita verticalidade.
Nascida na pequena Campestre, no sul de Minas Gerais, Bruna é de origem humilde, já vendeu picolé nas ruas e trabalhou como auxiliar em uma oficina mecânica. Hoje Bruna é uma das principais jogadoras do mundo, atuando no forte Gyori Audi Eto KC, da Hungria. “Eu tento passar pro time o que eu tenho de melhor e também aprendo muito com elas. Somos uma família, trocamos muitas qualidades e estamos nos fortalecendo juntas”, disse a armadora. “Não estamos nas quartas por sorte. Agora é conhecer nosso adversário e começar a preparar o jogo. O brasileiro gosta da emoção do mata-mata e foi bom já viver esse clima na partida de hoje. Estamos preparadas”, disse Bruna, que precisou acompanhar sua mãe nas plantações de café quando era apenas uma criança.
Para passar de fase em Paris 2024, o Brasil estreou muito bem vencendo a Espanha por 29 a 18. Na segunda partida, contra a Hungria, ficou na frente do placar o tempo todo, mas sofreu o gol da derrota faltando cinco segundos para o término, 25 a 24. Depois vieram mais duas derrotas contra adversários poderosos, 26 a 20 para a França e 31 a 24 para a Holanda.
Com informações do Comitê Olimpíco do Brasil (COB)