O páreo sucessório a ser disputado em Campo Grande terá entre seus principais atrativos os chamados cabos eleitorais de luxo – lideranças locais ou nacionais com prestígio suficiente para ampliar o alcance eleitoral de seus candidatos. Entre estes influencers estão as duas maiores expressões políticas do País, o presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A depender do humor e dos critérios dos eleitores, a presença destas personalidades pode influir no jogo das urnas, oferecendo significativas contribuições aos níveis de competitividade dos concorrentes. De acordo com as pesquisas, as candidaturas mais destacadas nas intenções de voto são as de Rose Modesto (União Brasil), Beto Pereira (PSDB), Adriane Lopes (PP) e Camila Jara (PT).
Deste grupo, duas rivais ainda não têm robustos influenciadores para vitaminar o peso de suas balanças: Rose e Adriane. A representante do União Brasil tem dificuldade para definir um vice. A prefeita, por sua vez, por enquanto vem com dois contrapesos domésticos: o deputado estadual Lídio Lopes, seu marido, e a senadora Tereza Cristina (PP), “madrinha” de sua candidatura.
É compreensível a preocupação que passou a rondar os núcleos de movimentação na pré-campanha de Adriane, desde ficar sabendo que não iria ter Bolsonaro em seu palanque. Ela cultivou esta expectativa durante meses, mas o seu maior líder bandeou-se para o projeto de Beto Pereira. A pesquisa recente do Ranking Brasil Inteligência veio coroar o desalento, com números que indicam a ascensão do tucano ao segundo lugar e a queda da prefeita para o terceiro lugar.
Ao contrário do que perturba e desconserta o União Brasil e o PP neste recorte de apoios, o PSDB e o PT têm por onde – e com quem – contar na procissão de influências. Camila, que tem o ex-governador Zeca do PT de vice, será impulsionada em sua campanha pelo presidente Lula. E Beto, que arrancou fortalecido por Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel e ficou mais energizado pela adesão diferenciada de Puccinelli e do MDB, ainda foi presenteado com a chegada de Bolsonaro e do PL, que indicaram a coronel PM Neidy Barbosa para vice.
É evidente que lideranças municipais, estaduais e federais também podem somar votos, porém sem o peso e a dimensão dos influenciadores de ponta. Vale reiterar: se a presença dos cabos eleitorais de luxo provocar na corrida às urnas algum efeito de ganho eleitoral, seus candidatos poderão ter, seguramente, um precioso item no caderninho de vantagens.