A família de Matheus, incluindo sua irmã, Kelly de Souza, que tem lutado por sua inocência desde a prisão
Antônio Matheus de Souza Silva, de 23 anos, foi preso no dia 9 de junho de 2024, sob a suspeita de ter participado do assalto ao apartamento do ex-governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja.
Apesar de um alvará de soltura ter sido expedido pelo juiz no dia 9 de julho de 2024, ele ainda não foi liberado da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira I, conhecida como “Supermáxima”.
A família de Matheus, incluindo sua irmã, Kelly de Souza, que tem lutado por sua inocência desde a prisão, chegou a ir até a penitenciária com o alvará de soltura nas mãos, mas não conseguiu vê-lo sair.
Segundo Kelly, os agentes penitenciários informaram que havia um problema com o sistema e que a liberação seria feita nas próximas horas. No entanto, até o dia 10 de julho de 2024, Matheus ainda permanecia preso.
Antônio Matheus completa 30 dias na cadeia nesta quarta-feira (10). “São 30 dias de sofrimento”, afirma a irmã.
O caso está sendo acompanhado pela defensoria pública e por uma comissão de direitos humanos.
Na segunda-feira, dia 8, o juiz Robson Celeste Candeloro decidiu revogar a prisão do jovem.
Ele fez breve resumo antes de partir para a justificativa para determinar a soltura. “Verifica-se que o acusado foi preso em situação de flagrância, no Estado de São Paulo por, supostamente, fazer parte de uma organização criminosa que atua furtando apartamentos de alto padrão. Paralelamente, neste Estado e Comarca de Campo Grande, estava em andamento inquérito policial que apura a ocorrência de um furto qualificado, sendo que em razão das investigações a autoridade policial representou pela prisão preventiva do acusado, o que foi deferido pelo Juízo Plantonista, para a garantia da ordem pública e conveniência da instrução criminal”.
O magistrado analisou os argumentos do advogado de Antônio Matheus que apresentou imagens da câmera de portaria do prédio onde o investigado mora na capital paulista mostrando que o rapaz nunca deixou a cidade. “Sem adentrar no mérito da causa, até porque não se pode fazer um juízo definitivo sobre os fatos neste momento, verifica-se, em princípio, que não mais se justifica a manutenção da prisão do acusado Antônio Matheus, porquanto, além dos vídeos apresentados pela defesa, os quais devem passar por perícia para análise de sua integridade, é certo que os depoimentos dos outros dois acusados, Davi Morais Saldana e Italo Alexandre Franca Silvestre, dão conta de que além dos dois, participou como motorista do veículo locado, pessoa de alcunha ‘Bigode’, e não Antônio Matheus cujo prosônimo é ‘Visão’, sendo que este apenas acompanhou Davi aos locais onde este receberia valores pelas res furtivae vendidas, sem saber qual era a razão, apenas por ser conhecido de Davi e de Ítalo e tê-los encontrado no caminho”.
Para Candeloro, não há motivo para manter o irmão de Kelly na cadeia. Ele terá de provas a inocência, mas pode fazê-lo em liberdade. “Até o momento, nada indica que, se ficar solto, impedirá a produção das provas necessárias à instrução criminal e ao deslinde da questão. Deste modo, verifico que não mais estão presentes os fundamentos para manutenção da prisão preventiva. Diante do exposto, contra o parecer ministerial, com fundamento no art. 316 do Código de Processo Penal, revogo a prisão preventiva decretada em desfavor de Antônio Matheus de Souza Silva. Expeça-se ‘alvará de soltura’”
Situação atual:
- Antônio Matheus de Souza Silva ainda está preso na Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira I, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
- A família e a defesa do jovem acreditam que ele é inocente e pedem sua liberação imediata.
- O caso está sendo investigado pela defensoria pública e por uma comissão de direitos humanos.