“Quando a orquestra for embora, tem gente que vai continuar dançando, num salão vazio e sem par, esperando quatro anos por um novo convite”
Quem acredita em pesquisa? E quem não acredita?
Estas perguntas são fáceis de responder. Basta dizer “creio” ou “não creio”. Porém, qual o índice de verdade ou de sinceridade nestas respostas? Esta é a questão.
Aquele que crê cegamente nas pesquisas pode iludir-se com elas, por excesso de confiança ou falta de autocrítica. E quem não crê, ou as coloca em dúvida, geralmente é porque não está favorecido pelos seus números ou porque se apega ao “diz-que-diz-que” dos céticos.
Seria bom e útil a qualquer análise dispensar o “achismo” e admitir a realidade, à luz dos fatos: pesquisa é método científico de probabilidade. É Ciência do Cálculo, é abordagem dos métodos de exatidão para a aferição de possibilidades matemáticas.
A pesquisa, quando realizada de modo responsável e tecnicamente fiel à metodologia pertinente, merece mais a confiança que o descrédito. As consultas sobre as intenções de voto feitas e divulgadas em Campo Grande são exemplares. Os cenários apresentados hoje confirmam as projeções que eram matematicamente alinhadas aos índices demonstrados anteriormente. Houve alguns momentos marcantes, de influência direta na pesquisa.
Um deles envolveu a presença de André Puccinelli: inicialmente, a certeza de sua candidatura o manteve na ponta; depois, no entanto, quando vieram as dúvidas, a pontuação começou a ruir. Nesse processo, Rose Modesto se manteve nas primeiras posições, Adriane Lopes no trecho intermediário e Camila Jara em seguida. Os demais, nem sombra fizeram.
Agora, no quadro mais recente, com Puccinelli e o PL vitaminando Beto Pereira, o candidato tucano começa a crescer, certamente reforçado pela transferência maciça de votos e o aprimoramento da pré-campanha. À prefeita resta, de esperança concreta, agarrar-se ao máximo de impulso que a máquina pode oferecer. Já lá se foram mais de dois anos e a geringonça que chama de gestão ora patinou, ora andou para trás. Sem o apoio de Jair Bolsonaro, multiplica-se a probabilidade de assistir à campanha do segundo turno pela TV.
Eleição é como um baile. Quando acabar este baile e a orquestra for embora, tem gente que vai continuar dançando, num salão vazio e sem par, esperando quatro anos por um novo convite…que talvez não chegue. Aí então não restará outra opção para entrar na festa, a não ser de penetra.