Pesquisa mostra Rose disputando com tucano e prefeita fora do 2º turno
Confirma-se a anunciada tendência de mudanças significativas na corrida sucessória em Campo Grande. Depois dos recentes acontecimentos que impactaram o cenário da disputa – como o lançamento oficial da pré-candidatura de Beto Pereira (PSDB) e as adesões que recebeu do MDB e do PL -, a tabela de intenção de votos sofreu duas impactantes alterações: Rose Modesto (União Brasil) segue no primeiro lugar e o deputado federal tucano assumiu a vice-liderança em todos os cenários simulados pelo atual levantamento do Ranking Brasil Inteligência.
A prefeita Adriane Lopes (PP) caiu para a terceira posição, ficando fora do segundo turno. Na mesma amostragem, André Puccinelli seria o quarto colocado. Como o ex-governador renunciou à candidatura, quem toma o seu lugar na tabela é a deputada federal Camila Jara (PT), seguida por Marcos Pollon (PL), Ubirajara Martins (DC) e Luso Queiroz (Psol).
IMPACTOS
Vários fatores vinham desenhando o panorama que está traçado nesta pesquisa. Além do acúmulo de erros em uma desastrosa gestão, Adriane Lopes condicionou o sucesso de seu projeto de reeleição ao apoio de Jair Bolsonaro. Apostava no prestígio da “madrinha” política, a senadora Tereza Cristina (PP), para ter o ex-presidente de cabo eleitoral em seu palanque.
Bolsonaro deu uma guinada e surpreendeu a ala do próprio PL, onde se encontra o deputado federal Marcos Pollon. Ajustou entendimento com o presidente regional do PSDB, Reinaldo Azambuja, e o governador tucano Eduardo Riedel, para apoiar Beto Pereira. A solução foi sacramentada com o aval do presidente nacional do PL, Waldemar da Costa Neto, que tirou Pollon do comando estadual do partido e já indicou a coronel PM Neidy Centurião para vice do tucano.
Anteriormente, outra vitoriosa articulação liderada por Azambuja havia ampliado o alcance eleitoral da pré-campanha de Beto Pereira. Foi a decisão de Puccinelli, que retirou seu nome da cena e aceitou engrossar as fileiras tucanas, independentemente de indicar ou não o nome do vice. E desta forma, vitaminado pela pré-campanha que desenvolve nos bairros, Beto subiu no gráfico de crescimento revelado pela pesquisa.
EQUIDISTÂNCIA
No caso de Rose Modesto, a liderança não chega a ser novidade. Ela se beneficiou bastante do fato de ficar equidistante da polarização: fora dos nichos traumatizantes em que estavam o PP e o PL na disputa pelo apoio de Bolsonaro e fora da obrigação de demonstrar servidão ao presidente Lula, embora estivesse ocupando um cargo com indicação e apoio do PT. Com isto, veio se conduzindo à mineira no processo, livrando-se de prematuros desgastes e cobranças por posicionamentos incômodos.
A dificuldade que Rose Modesto precisará superar a partir de agora será manter a liderança. Depende muito da capacidade de aumentar o seu arco de apoios político e eleitoral e junto às forças organizadas. Necessita de uma composição inteligente e forte para completar a chapa majoritária com um nome de vice que não seja decorativo e tenha, efetivamente, um apelo diferenciado para agregar valores políticos e/ou eleitorais.
Registrada na Justiça Eleitoral (nº MS-03033/2024), a pesquisa do Ranking Brasil foi encomendada pelo site Diário MS News e realizada de 04 a 08 de julho, com dois mil eleitores das sete regiões urbanas da cidade, distritos e zona rural. O intervalo de confiança é de 95% e a margem de erro 2,2%, para mais ou para menos.