Cinquenta e dois policiais federais e sete servidores da CGU foram mobilizados para o cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal em Corumbá e Campo Grande
A Polícia Federal, em ação conjunta com a Controladoria-Geral da União, deflagrou nesta quarta-feira, 03 de julho, a Operação João Romão, que investiga crimes licitatórios e de corrupção que estariam sendo praticados na Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos da Prefeitura Corumbá.
Cinquenta e dois policiais federais e sete servidores da CGU foram mobilizados para o cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal em Corumbá e Campo Grande.
Por meio de nota, a PF informou que a investigação, que se iniciou em 2021, revelou que o atual secretário municipal, Ricardo Ametlla, teria criado uma empresa que acabou vencendo diversos procedimentos licitatórios da pasta sob sua reponsabilidade. Os valores dessas obras ultrapassam R$ 12 milhões.
Ainda durante as investigações, a PF apurou indícios de irregularidades que teriam permitido a empresa suspeita ter capacidade financeira e técnica para participar dos certames licitatórios que venceu.
Além de Ametlla, foram alvos da operação, servidores comissionados e efetivos envolvidos nas autorizações e fiscalizações das obras executadas, além de pessoas responsáveis pelas empresas, informa nota da Polícia Federal.
O Diário Corumbaense apurou que foram apreendidos documentos e mídias digitais que serão periciados; a quantia de R$ 100 mil (R$ 60 mil em Corumbá e R$ 40 mil em Campo Grande) na casa de dois alvos da investigação, além de três veículos.
O nome da operação, João Romão, é um personagem da obra O Cortiço, de Aluísio de Azevedo. João é taverneiro português, dono da pedreira e do cortiço e representa o capitalista explorador.
Prefeitura
Procurada pela reportagem, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Corumbá destacou que foram cumpridos mandados de busca e apreensão na Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos e na residência de servidores da pasta.
“No Paço Municipal, a ação policial foi acompanhada pela Procuradoria Geral do Município, que não teve acesso aos autos porque o processo corre em segredo de justiça. O expediente na Prefeitura segue normalmente nesta quarta-feira”, e encerra a nota: “A Prefeitura de Corumbá reitera seu compromisso com a lisura, transparência e o respeito com o erário. O Executivo municipal segue à disposição das autoridades competentes para prestar qualquer esclarecimento.”