No Pantanal, população reconhece ação providencial do governo e operações de socorro dos Bombeiros
Embora com seus próprios recursos e o apoio do governo federal, de prefeituras, organizações não-governamentais, produtores, ambientalistas e voluntários, o Estado ainda precisa realizar operações contra os incêndios florestais em outras regiões, assim como vem fazendo no Pantanal. Com esta preocupação, o governador Eduardo Riedel (PSDB) está declarando em situação de emergência todos os municípios afetados pelas ocorrências, sejam parques, áreas de proteção e preservação.
O decreto publicado hoje – segunda-feira, 24, no Diário Oficial -, tem um prazo de 180 dias. Neste período fica autorizada a mobilização de todos os órgãos estaduais para atuarem sob a coordenação da Defesa Civil, nas operações de resposta aos desastres, assim como na reabilitação do cenário e reconstrução.
Em caso de risco iminente, os agentes poderão adentrar as casas para prestar socorro, determinar a evacuação e usar propriedade particular. Ficam dispensadas as realizações de licitação nos casos de emergência ou calamidade pública, quando caracterizada a urgência para não comprometer a continuidade dos trabalhos (públicos), em relação a obras, aquisição de equipamentos e serviços.
PARCERIA DETERMINANTE
No combate ao fogo que há dois meses vem devastando grande extensão do território pantaneiro, as parcerias entre o governo estadual e a sociedade civil tem sido fundamental. Além das intervenções diretas para a eliminação dos focos de incêndio, com estrutura operacional compartilhada por veículos, barcos, aeronaves e equipamentos dos governos (estadual e federal) e prefeituras, o trabalho se garante com a presença ativa de pantaneiros e voluntários de diversos segmentos.
O Estado ganhou um considerável reforço nos últimos dias. Recebeu duas aeronaves Air Tractor e mais um helicóptero, do Ministério do Meio Ambiente, que atendeu solicitação de Riedel. O Exército também entrou na parceria, disponibilizando quatro aeronaves de grande porte para transporte das tropas. A Força Nacional destinou 50 agentes para compor as frentes de operação, juntamente com o Corpo de Bombeiros Militar (CBM).
MEDIDAS APROVADAS
A força-tarefa tem ainda a participação do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), que assegurou mais três aeronaves. Corumbá, às margens do Rio Paraguai, conhecida como “Capital do Pantanal”, é a base de organização, mobilização e acompanhamento de todas as operações para socorrer um dos biomas mais belos e importantes da Terra. Na região, as populações e principalmente os pantaneiros e ribeirinhos aplaudem a prontidão do governo estadual e as medidas adotadas.
“Sem os bombeiros aqui seria derrota na certa. O trabalho deles é essencial e fundamental. Os problemas seriam muito maiores se não viessem nos ajudar”, destacou o produtor rural Jair Serra, nascido e crescido na região do Paiaguás. Serra conta que sua família está na região desde 1943 e este é um dos momentos mais difíceis, que só não se agravaram graças ao socorro.
Outro pantaneiro, Antônio Donizete de Matos, afirma emocionar-se quando vê a chegada dos bombeiros: “Ficamos mais tranquilos. Eles são uns anjos que ficam cuidando do Pantanal e da nossa cidade”, afirma. Onde tem bombeiros ficamos mais tranquilos, porque temos a proteção deles”. Matos também ajudou no trabalho das equipes e disse que na área mais difícil os bombeiros conseguiram combater o fogo.
No domingo, 23, os bombeiros estavam trabalhando nas regiões do Paiaguás e Maracangalha. O tenente do CBM, Vinícius Castro, destacou os trabalhos integrados. “Esta coordenação das equipes de solo e com aeronaves é muito importante, pois muitas vezes o piloto não consegue definir onde deve atuar ou fazer o alijamento da água”, Outras equipes foram ao Abobral, próximo à Estrada Parque, onde há mais de uma semana estão trabalhando para conter as chamas.
Há frentes de combate ao fogo na região beira-rio do Forte Coimbra e nas proximidades da BR 262, na ponte sobre o rio Paraguai. Em Porto Murtinho, também às margens do Rio Paraguai, o esforço é conjunto com fazendeiros da região.