Em caso de condenação, os crimes de corrupção eleitoral e falsidade ideológica eleitoral, somados, preveem pena de até 9 anos
O TRE/MS (Tribunal Regional Eleitoral) aceitou ação contra o prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes, acusado de corrupção eleitoral e falsidade ideológica eleitoral na campanha de 2020, quando foi reeleito. A decisão, unânime e seguindo voto do relator do processo, juiz José Eduardo Chemin Cury, foi tomada em sessão do TRE nesta terça-feira, 18 de junho, após três adiamentos.
A denúncia, apresentada pela Procuradoria Regional Eleitoral em 2023, apontou que Iunes teria cometido delito eleitoral em pelo menos 24 situações, sendo indicados como coautores de condutas o servidor comissionado na época, Marconi de Souza Junior, e a então secretária-adjunta de Saúde, Mariluce Gonçalves Leão, responsável pela Central de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde.
A Polícia Federal realizou uma operação em novembro de 2020 e acabou por apreender material apontando a oferta de vantagens a eleitores em troca de votos, situação que prejudica a isonomia na disputa eleitoral. A eleição municipal naquele ano foi no dia 15 de novembro, devido a pandemia da covid-19.
Foram apreendidos valores junto com dados de eleitores; houve quebra de sigilo de mensagens, revelando diálogos sobre atendimento médico prioritário a aliados na época da eleição, provas que foram incluídas na denúncia.
Em caso de condenação, os crimes de corrupção eleitoral e falsidade ideológica eleitoral, somados, preveem pena de até 9 anos, além de multa. O prefeito ainda pode ficar inelegível por oito anos. O processo eleitoral segue para a fase de instrução processual, para ao final, acontecer o julgamento do caso.
Procurado pelo Diário Corumbaense, Marcelo Iunes, afirmou estar tranquilo. “Vamos mostrar na defesa que não cometemos crime eleitoral, que nem como candidato a vereador comprávamos votos, iríamos comprar pra prefeito?”, resumiu.