Pesquisa é uma resposta da população ao pífio desempenho de um Legislativo omisso e manipulável na Capital
Não há julgador mais justo, competente e atualizado que o eleitor. E quem não prestar atenção neste detalhe, deveria ocupar-se com alternativas que não incluam aventurar-se na política. Infelizmente, muitos ignoram ou desprezam esta verdade – e quem “paga o pato” é a população, que se torna a maior prejudicada pelos descalabros de certos “representantes” que elege.
Um caso típico e atual é o de Campo Grande. Praticamente entregue às traças, a cidade sofre há mais de sete anos com os descalabros éticos, gerenciais e políticos da dupla que nasceu nas urnas em 2016, Marquinhos Trad (União Brasil) e Adriane Lopes (PP). Porém, a sociedade sabe que o desgoverno também está na conta de vereadores que nesse período fazem as vontades e desvontades do Executivo.
Para visualizar melhor este lamentável panorama é só conferir os resultados que o Instituto Ranking Brasil Inteligência colheu, aferindo as intenções de voto para a Câmara Municipal nas próximas eleições. Dos 29 vereadores, apenas dois passaram do já esquálido índice de 1%; Professor Juari, com 1,2%, e Silvio Pitú, com 1,1%. Os demais ficam abaixo, alguns com cotações que vão além do ridículo.
Encomendada pelo site Diário MS News, registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o nº MS-08489/2024 e feita com 2 mil eleitores entre 4 e 9 deste mês, esta foi a quinta pesquisa do gênero realizada pela Ranking. Os pesquisadores ouviram moradores das sete regiões urbanas da cidade (Anhanduizinho, Bandeira, Centro, Imbirussu, Lagoa, Prosa e Segredo), distritos e zona rural. A amostragem tem um intervalo de confiança de 95% e a margem de erro máxima estimada em 2,2% para mais ou para menos.
NÚMEROS DA VERGONHA
Não se pode afirmar ao certo quantos vereadores se reelegerão e de quanto será o índice de renovação. Entretanto, os dados atuais atestam o raquítico prestígio de um poder que trai a si mesmo, sonegando sua obrigação básica (fiscalizar o Executivo), e de vereadores que traem quem confiou neles. Não fosse assim e a Capital continuaria entre as mais progressistas do País e seu povo não estaria humilhado e padecendo nas filas de uma saúde caótica, na vida amarga de bairros esquecidos, espremido em ônibus velhos e não-refrigerados, além de assistir a gastança e o fluxo de drenagem de verbas públicas em folhas secretas e afins.
Depois de Juari e Pitu, que passaram de 1%, os vereadores e seus rivais formam blocos nivelados por baixo nas pontuações da pesquisa. Flávio Cabo Almi ainda alcançou 1%. Depois, na escala inferior: Professor Riverton, com 0,95%, Marquinhos Trad, com 0,90%, Landmark, com 0,85%, Carlão, com 0,80%, Otávio Trad, com 0,75%, Delegada Sidnéia, com 0,70%, Ojeda, com 0,65%, e, empatados com 0,60% cada um, temos Juiz Odilon, Maurício Picarelli e Ronilço Guerreiro.
Empatados com 0,55% de intenções de voto estão Elenilton Dutra, Valdir Gomes, Chiquinho Teles, Marcos Tabosa e Michela Dutra, enquanto empatados com 0,50% cada um estão Maicon Nogueira, Ninho, Papy, Rafael Tavares e Bruna Lopes. Já empatados com 0,45% cada um: Mariléia Elias, Betinho, Dr. Sampaio Benites, Tiago Vargas e Keliana Fernandes.