Aliados de Adriane Lopes temem um “efeito bola de neve” após a decisão do Tribunal de Contas
Junho é o último mês do primeiro semestre. A partir de julho, já será o período pré-eleitoral, com movimentações mais abertas da pré-campanha. Isto significa que, em menos de 30 dias, os debates começarão a aparecer e a desafiar partidos e candidatos a apresentar seus históricos de virtudes e a rechaçar os pecados que lhe forem atribuídos pelos adversários ou pelos órgãos de controle, fiscalização e combate à corrupção.
Um dos assuntos que terão destaque na eleição é a gestão municipal, algo que já incomoda a base da prefeita Adriane Lopes (PP). Ela quer ser reeleita, porém não está conseguindo transmitir segurança a seus aliados, principalmente aos vereadores de sua base na Câmara Municipal. O pior é que os fatos que depõem contra sua administração se acumulam.
NA MIRA
Além da folha secreta, dos salários de marajá para privilegiados do quadro da “madrinha” política, da desobediência ao Judiciário, do caos na saúde e demais serviços públicos, a prefeita já atraiu para si um quadro passível de intervenção e, agora, entrou na mira do Tribunal de Contas. O TCE – que até então vinha tolerando a teimosia da prefeita de não cumprir o Termo de Ajuste de Gestão para enxugar despesas com altos salários -, decidiu tomar uma decisão dura contra o adrianismo.
Com uma denúncia formulada pela vereadora Luíza Ribeiro (PT), dando conta de um processo licitatório suspeito na prefeitura, o TCE entrou em ação. E suspendeu a licitação totalmente irregular que direcionava a concorrência para favorecer a empresa DSF Desenvolvimento de Sistemas Fiscais Ltda.
Tratava-se do desembolso de R$ 13 milhões 168 mil 563,82 que os cofres públicos bancariam para a contratação de uma empresa especializada no fornecimento de licença de uso perpétuo de software de gestão tributária, incluindo códigos-fonte, implantação, customização e suporte técnico. Se o TCE sentiu algum cheiro repugnante sob o véu que cobre esta licitação, é sinal que a prefeita perdeu uma de suas escoras institucionais. Ainda lhe restam os vereadores de sua base na Câmara – sabe-se lá por quanto tempo.