Ex-prefeito acusado de ser funcionário “fantasma” não escapou das barras dos tribunais
Quando estourou na Capital o escândalo do Proinc (Programa de Inclusão Profissional) na gestão de Marquinhos Trad, muita gente achou que o prefeito tinha sido vítima de um complô. Foi o que disse o prefeito à época, ao defender-se das acusações de estar fazendo cabide de empregos um programa bancado por verbas públicas.
De nada adiantou a defesa frágil do prefeito. Além das denúncias e revelações feitas pela imprensa e pelo Ministério Público, levantando o véu de um esquema montado na prefeitura com fins suspeitos, levantou-se também outra história, real e muito interessante: Marquinhos Trad havia sido funcionário fantasma da Assembleia Legislativa.
Ele não teve como negar, porque foi denunciado, com fartas provas documentais. Conseguiu ficar livre do incômodo processual enquanto a pendenga trafegou no âmbito local. Sua esperança era a prescrição do crime. Em vão. Na quarta-feira passada, seis anos após a denúncia ser sepultada no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, o ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça, tirou do arquivo a ação por improbidade administrativa contra Marquinhos.
O ex-prefeito, que é advogado, volta a responder a denúncia por ter sido nomeado, efetivado e ainda promovido pela Assembleia Legislativa (Alems), tudo isso sem concurso público. A demanda escandalosa teve início em fevereiro de 2017, quando o promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira ajuizou uma Ação Civil Pública Declaratória de Nulidade de Ato Administrativo contra a Alems e Marquinhos.
Pasmem: além de ter ingressado no Poder Legislativo pela porta dos fundos (sem concurso), Marquinhos ainda foi promovido para assessor jurídico e permanece lotado na função – só não a exerce porque pediu licença até março passado, para tratar de assuntos particulares. Estes fatos demonstram que quando chefiava o Executivo de Campo Grande o prefeito fez o que fez no Proinc com conhecimento de causa.