Em toda e qualquer campanha eleitoral, notadamente quando se está na disputa de cargos executivos (Presidência da República, Governo do Estado e Prefeitura), partidos, candidatos e marqueteiros têm um “caso” com as tais abordagens comparativas. E há quem prefira chama-las de acareação.
O que importa, no entanto, é que para os eleitores as comparações ou acareações constituem indicadores indispensáveis na formação do seu juízo sobre a candidatura que vai escolher ou rejeitar. Na disputa pela prefeitura de Campo Grande este processo esclarecedor já teve início e deve avançar à medida que se aproximam as convenções e o início da campanha. Azar de quem tiver um currículo desabonador em seu fichário.
Das gestões mais recentes na Capital, só a prefeita Adriane Lopes é candidata ao mesmo cargo. Seu parceiro de chapa na gestão, Marquinhos Trad, vai tentar uma vaga de vereador. Então, queira ou não, a prefeita vai ser submetida às acareações levantadas pelos adversários. Um deles é o seu concorrente, Beto Pereira, do PSDB. E ele já entra no cenário desafiando a prefeita a comparar sua gestão, a gestão do PP, como as gestões do PSDB.
Há uma grande diferença entre Estado e Município? Pois bem: há. A prefeitura é apenas uma, porém concentra em seus cofres toda arrecadação dos contribuintes do município. Já o Estado é a soma de 79 municípios e precisa ter fôlego, competência e olhar de responsabilidade para atender a todos, inclusive a Capital, com os recursos da receita, projetos e serviços. E no frigir dos ovos, mesmo com a diferença, são gestores que respondem por Estado e Município, cada qual com sua vocação.
Já que a iniciativa do desafio acareador foi de Beto Pereira, cabe à prefeita responder a ele – e à sociedade, já que é também agente pública – porque no Estado os governos do PSDB de Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel fizeram e fazem Mato Grosso do Sul crescer, enquanto o governo do PP de Adriane Lopes faz Campo Grande retroceder. Sem privilegiar e sem excluir gestores, o governo municipalista estende tudo que tem de recursos e iniciativas para que as 79 prefeituras melhorem suas condições de atender às variadas demandas.
No entanto, na Capital a prefeitura faz o contrário: governa e atende prioritariamente seus parceiros – como os assessores de super-salários e os vereadores que assinam os cheques em branco da prefeita -, além de deixar os bairros no abandono, o caos nos serviços essenciais de saúde, educação e transporte, e ainda promover gastanças exorbitantes e suspeitas, como as que vem ocultando na folha secreta, com proteção da Câmara Municipal.
Mato Grosso do Sul experimenta nestes último sete a oito anos um ciclo de desenvolvimento jamais visto em sua história, tanto na qualidade como na quantidade das intervenções da gestão pública. Na contramão, a Cidade Morena vem respirando por aparelhos desde que Marquinhos Trad e Adriane Lopes, em 2013, tomaram conta do poder.
Paciência. A campanha bate às portas. E esta análise aqui deixará de ter valor ou até de existir, porque virá a análise soberana: a do povo. Ele é que vai fazer seu julgamento sobre as respostas ou o silêncio da prefeita na hora do palanque, do horário eleitoral e dos debates.
O verbo comparar está na ordem-do-dia. Tremei!