Nestes tempos de desequilíbrios ambientais e mudanças climáticas, o Brasil ainda tem um dos mais consistentes exemplos mundiais de harmonia entre o desenvolvimento social e econômico e a sustentabilidade. Graças à personalidade dos empreendedores conscientes, o agro brasileiro serve de espelho às demais nações.
E é bom separar o joio do trigo. Há, sim, em todos os segmentos da economia, quem pense somente no lucro sobre lucro e não se importa com as demandas fundamentais da sociedade e da natureza. Felizmente, estes são uma rala minoria no cenário do agronegócio nacional, como foi frisado no editorial anterior.
Esta minoria não representa nem de longe os produtores autênticos da Nação, aqueles que trabalham de sol a sol para produzir alimentos, mas investem em tecnologia, em manejos inteligentes, em atividades racionais e definidas de acordo com as vocações naturais. Porque assim estão cuidando melhor não apenas da qualidade do que produzem, mas também da saúde do meio ambiente, da preservação e até da reposição das matérias-primas que a Natureza oferece para abastecer as legítimas necessidades humanas.
Nos anos anteriores e com desfecho alvissareiro no ano passado, uma das principais demonstrações de cuidado e de responsabilidade com o meio ambiente foi dado por Mato Grosso do Sul. Iniciado na gestão de Reinaldo Azambuja e aprimorado pelo seu sucessor, Eduardo Riedel, o processo de elaboração conceitual e operacional do desenvolvimento sustentável foi coroado com a edição da Lei do Pantanal.
Foi um documento de tamanho valor histórico e divisor de águas que a própria ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, fez questão de assinar. Não perdeu a oportunidade de chancelar uma lei que é específica para um bioma regional, porém serve para todos as regiões do país que precisam explorar seus recursos naturais sem ameaças nem danos aos ecossistemas.
O agro é o elemento central neste processo. A cadeia produtiva é a responsável por mais que a metade das exportações e ¼ do PIB nacional. O superávit deste segmento foi maior que o da balança comercial. E reparem no tamanho da diferença: a balança registrou US$ 50,9 bilhões em receita líquida, ao passo que o agro passou dos US$ 100 bilhões. E mais: o agro responde por 50,8% de tudo que se exporta no País, um resultado que os indicadores oficiais creditam à alta produtividade propiciada pelos meios técnico-científicos adotados na agropecuária e agroindústria.
Fora disso, é enxugar gelo.