Só o presidente da Fundação de Esportes conseguiu a nota para ingressar no serviço publico de Corumbá
Em um concurso público dos mais polêmicos já realizados em Corumbá, marcado pela presença de servidores da prefeitura no grupo que preparou as provas, o prefeito Marcelo Iunes mais uma vez teve sua gestão envolvida em uma demonstração de mediocridade ou incompetência. Dos familiares e assessores que participaram das provas, só um passou – e os demais, entre os quais a primeira-dama Amanda Cristiane Iunes, foram reprovados.
Reprovação: esta palavra é comum em Corumbá quando se refere à avaliação popular predominante da gestão de Iunes. Mas em um concurso público a primeira ideia que se poderia cultivar era de que os assessores e ocupantes de altos cargos na equipe do prefeito estivessem preparados para o simples desafio de um simples teste de conhecimento sobre a área na qual estão atuando e recebendo polpudos salários.
Equivocada suposição. Até a esposa de Iunes, Amanda Cristiane Balanciere Iunes, não avançou no concurso. Ela e outros assessores de primeiro escalão de Iunes ficaram fora da relação de aprovados, assistindo a felicidade o único deste seleto grupo de servidores a obter as notas que vão garantir sua efetivação: o presidente da Fundação Municipal de Esportes, Luciano Silva Oliveira. Mesmo assim, suas notas quase não foram suficientes para aprová-lo.
NEPOTISMO CARINHOSO
Outro detalhe que chama a atenção é o carinho com que o prefeito trata a esposa e os parentes, amparando-os com cargos no Executivo ou providenciando concorrências para contratar serviços diversos de firmas da parentada. O posto de primeira-dama não é remunerado, contudo Amanda Iunes não ficará sem o seu holerite: não passou no concurso, mas ela é a secretária municipal de Assistência Social e Cidadania. Se fosse aprovada, Amanda deixaria de ser uma beneficiária do emprego de nepotismo para ser nomeada como Analista de Gestão Governamental – Ciências Econômicas, com salário de R$ 7.452.
Luiz Álvaro Maia de Paula, que não tem cargo na prefeitura, foi aprovado com nota máxima, 195 pontos, para exercer funções de Gestão Governamental. Seu irmão, no entanto, o secretário municipal de Finanças e Orçamento, Luiz Henrique Maia de Paula, mesmo inscrito não compareceu para fazer a prova e escapou do vergonhoso desempenho da maioria dos colegas. O secretário-adjunto de Gestão e Planejamento, Márcio Rômulo dos Santos Saldanha, foi reprovado e não conseguiu a vaga de auditor municipal, com salário de R$ 7,5 mil. Também o presidente da Agência Portuária, Marconi de Souza Júnior, e a presidente da Fundação Municipal Meio Ambiente Pantanal, Ana Cláudia Moreira Boabaid, foram reprovados.