“Dia Nacional de Prevenção ao AVC responde a um grande desafio da Medicina”, afirma o senador
Meios científicos – entre eles a Medicina -, profissionais e os vários organismos públicos e privados brasileiros receberam com entusiasmo e alívio a aprovação do projeto de lei que estabelece o 29 de outubro como o Dia Nacional de Prevenção ao Acidente Vascular Cerebral (AVC). Para o senador Nelsinho Trad (PSD), relator da matéria, esta é uma resposta que vem num momento importante para o enfrentamento de um dos maiores desafios da Medicina.
Médico e ex-prefeito, o senador teve seu parecer no Senado acolhido por unanimidade e está sendo elogiado pelo conteúdo de sua argumentação. Afinal, o relatório será fundamental na nova legislação para aumentar a conscientização sobre os perigos do AVC. Esta é uma condição médica que continua entre as principais causas de mortalidade e incapacidade no Brasil. “A conscientização sobre os sintomas iniciais da doença é essencial para prestar um atendimento mais rápido, reduzindo o risco de complicações”, assinala.
DIAGNÓSTICO
Nelsinho Trad recorrer à antiga recomendação que está na rotina dos profissionais da Medicina: o diagnóstico precoce é fundamental para o prognóstico. Além dos benefícios da prevenção, o senador abordou o impacto das mudanças climáticas na saúde vascular. “O trabalho realizado na coluna Minuto do Cérebro, em 2019, pelo professor Otávio Pontes, evidencia que as mudanças climáticas extremas se associam com maior risco de morte e sequelas por AVC”, lembra.
Ele se reporta a uma análise divulgada pela Universidade de São Paulo (USP) sobre um estudo feito pela Universidade Central do Sul na China. A pesquisa, que analisou dados de 204 países entre 1990 e 2019, associa as mudanças climáticas extremas – de baixas e altas temperaturas – ao aumento nos casos de morte e incapacidades resultantes de AVC. Foram encontrados, só em 2019, mais de 500 mil mortes ligadas a temperaturas extremas, afetando principalmente populações mais velhas e regiões com menor acesso a serviços médicos adequados.
O senador observa que a urgência da nova legislação é reforçada por estatísticas sobre o AVC no Brasil. Segundo dados da Rede Brasil AVC e do Conselho Federal de Medicina (CFM), cerca de 50 mil pessoas foram vítimas de AVC apenas no primeiro semestre de 2022. Entre 2014 e 2023, houve um aumento de 28% no número de internações por AVC, com uma proporção preocupante de óbitos: de cada seis pacientes internados, um não sobrevive.