Em edições que já completaram 84 anos de atividades, a Exposição Agropecuária e Industrial de Campo Grande (Expogrande) nunca foi vista como uma fonte de doenças. Da mesma forma, os shows artístico-culturais e a população que prestigia o evento nunca foram responsabilizados pelos problemas decorrentes da precariedade dos serviços públicos essenciais no município.
Agora, entretanto, surge uma autoridade – a autoridade que deveria estar resolvendo os problemas da cidade – para afirmar que a Expogrande, os shows e as pessoas que vão ao Parque Laucídio Coelho são os grandes responsáveis pelo caos nas unidades de saúde da Capital. Foi o que disse e repetiu em entrevista à Rede CBN de Rádio a prefeita Adriane Lopes (PP).
Ela sequer tem a honestidade de considerar que o ano tem 365 dias e a exposição tem apenas duas semanas e é anual. E o atendimento caótico no sistema de saúde da prefeitura é dos piores o tempo todo e o ano inteiro. Com chuva ou sem chuva, com Expogrande ou sem Expogrande, o povo que precisa da saúde publica continua mal atendido.
Além de enfrentar longas filas – já morreu gente, muitos passam mal -, os pacientes não encontram remédios na farmácia básica e ainda são cuidados pelo sofrido pessoal da Enfermagem, um grupo de trabalhadores que vem sofrendo cruéis boicotes da prefeita Adriane Lopes, que não paga seus direitos trabalhistas nem com determinação da Justiça.
Só falta agora a prefeita baixar um decreto proibindo que nenhum habitante de Campo Grande fique doente ou procure o posto de saúde.
Confira as absurdas declarações da prefeita
“Nós tivemos agora muitas festividades, dez dias de Expogrande. Aglomeração, chuva…as pessoas em shows o tempo todo. Agora nós estamos vivendo o efeito do pós-evento. As unidades estão lotadas com problemas respiratórios e outras situações. E o que estamos fazendo pra resolver? Ontem, estive visitando uma unidade de saúde, e um médico que atende em média 16 a 20 paciente por plantão, estava atendendo 49, tendo em vista busca das pessoas pelas unidades de saúde”.