Na dramática rotina dos bairros, motoristas dizem que estão dirigindo numa pista de obstáculos
Para experimentar a sensação de um rally e demonstrar as suas habilidades enfrentando os terrenos mais íngremes, basta morar em Campo Grande e tentar conduzir qualquer veículo na periferia da cidade durante ou logo após uma chuva. Mal cuidadas e em condições compatíveis com as de bairros abandonados, estas ruas se assemelham às estradas das corridas de obstáculos em regiões pantanosas e esburacadas.
Ao longo dos últimos anos, aumentou na Capital o número de ruas não-pavimentadas ou sem manutenção, e das vias desprovidas de sistemas de prevenção de inundações e controle e escoamento de águas pluviais. Em consequência, os prejuízos causados aos veículos também são enormes. No mês passado, uma ambulância atrasou o atendimento de urgência no Jardim Noroeste porque ficou presa numa poça de lama.
Na madrugada da última sexta-feira, 12, o ônibus que transportava trabalhadores do frigorífico JBS atolou em um lamaçal na Rua 107, entre a Praça Seis e a Rua 70, no Bairro Nova Campo Grande. Indignados com a indiferença da prefeita Adriane Lopes (PP), a população ironizou a situação e sugeriu trocar o nome do local para “Bairro Nova Lama Grande”. Se não fosse o resgate providenciado pela empresa os passageiros chegariam tarde ao trabalho.
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